
À CONVERSA COM MARTA PAIS OLIVEIRA... Sobre leitura e criação na sala de aula turma T1
Apresentação
A literatura possui a notável capacidade de criar mundos possíveis e amplificar experiências. Mas tem sobretudo o condão de reevocar, sem as cristalizar, experiências e vivências culturais e pessoais que contribuem para uma abertura do real. A partir da sua escrita, onde conflui um romance de estreia premiado, um conto igualmente premiado – e que pode facilmente ser lido por professores e alunos – e uma novela infantojuvenil, a autora propõe aos participantes compreender como se desencadeia o processo de criação literária, como se transformam imagens, memórias e fragmentos do quotidiano em textos que respiram além do agora e se podem transformar em literatura. Propõe-se ainda uma apresentação prática de como a investigação etnográfica contribui para reforçar a memória coletiva e o eco comunitário. Sendo este um romance sobre comunidades piscatórias no norte do país, propõe-se ainda cruzar a sua leitura com a realidade do sul do país, em que os destinatários desta formação se inserem, num meio que, gradualmente, assolado pelo turismo, corre o risco de se tornar apenas memória, pelo que urge saber proceder e salvar um registo.
Destinatários
Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico, Secundário e Educação Especial
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico, Secundário e Educação Especial. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.
Objetivos
Dialogar com professores sobre processo de criação literária: imagens, ritmos, ideias Partilhar influências e ecos. A publicação, a estreia: multiplicação do livro e do texto levado a cena Analisar investigação etnográfica e envolvimento comunitário tendo por base o livro Faina
Conteúdos
Sobre leitura e criação na sala de aula: - A paixão pelo livro. Dessacralizar o livro. Leitura crítica - Brincar com as palavras: exercícios de recorte, colagem e metamorfose - Leituras insubmissas. Danças intermediais e interartes - Singularidade e resistência do livro no tempo da IA
Observações
* Na semana da Grande Pesca, uma comunidade piscatória arrasta as redes pelo areal - pelas técnicas da arte-xávega - contendo o que nunca antes se tinha visto sair do mar: uma cadeira de pinho, uma mala fechada com aloquete dourado, um homem de fato. Vivo. Ainda pescariam uma grafonola. No início do século XX convivem pescadores e alta burguesia, empresários, intelectuais e artistas numa praia à beira do Atlântico. O polvo de prata não deixa o Assobio dormir, as mulheres admiram as pernas de cera da Senhora da Fábrica. As tempestades trazem as invasões sucessivas das ondas, saem sonhos das latas da Fábrica de Conservas. Quando o tempo aquecer, brilhará o Casino toda a noite: começa a música. Depois de uma estreia fulgurante na ficção com Escavadoras, Marta Pais Oliveira regressa à prosa com um romance intenso e comovente que acompanha o dia a dia de um grupo de pescadores do norte do país. Personagens atravessadas pela paixão, o desalento e a esperança num outro futuro compõem o retrato memorável de um país e de uma época. Homens e mulheres divididos entre o cansaço e a solidão, a espera e os sonhos, num meio onde os contrastes sociais se acentuam e o mar e a tradição se diluem com a chegada do progresso. Escrito com uma força narrativa singular, Faina confirma Marta Pais Oliveira como uma das vozes literárias mais originais e promissoras da sua geração. Cf sinopse na WOOK
Formador
Paulo Roberto Nóbrega Serra