Apresentação

As atuais mudanças em curso no quadro educativo há muito reclamadas encontram terreno fértil nos novos documento curriculares (Portaria n.º 235-A/2018, de 23 de julho, DL 54/2018, e DL 55/2018, de 6 de julho e as estratégias para a cidadania e desenvolvimento, inclusão, e gestão dos Domínios de Autonomia Curricular “DAC” no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular), reforçando e estabelecendo o modelo inovador do ENSINO PROFISSIONAL, numa perspetiva de escola inclusiva, em que a organização e desenvolvimento curricular flexível aposta numa formação integral de vivências de cidadania e desenvolvimento ativas e congruentes com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA). A “educação inclusiva”, enquanto processo que ajuda a superar as barreiras que limitam a presença, a participação e o aproveitamento dos alunos, visa o sucesso, através das relações de colaboração e de desenvolvimento das condições de ensino e de aprendizagem, encorajada pela perspetiva que implica o envolvimento dos jovens, integrando a sua própria experiência nas matérias a ensinar. Para garantir a aprendizagem de todos, torna-se indispensável planificar atividades pedagógicas inclusivas e diversificadas, que contemplem os distintos perfis, ritmos e estilos de aprendizagem dos jovens. Esta nova forma de planificar, ancorada no Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), uma das principais opções metodológicas do DL n.º 54/2018, impõe mudanças significativas, quer no modo de perspetivar o papel e as funções da escola, dos professores e de outros atores educativos, quer na forma de desenvolver práticas pedagógicas eficazes que garantam a aprendizagem de cada um dos alunos (CAST, 2011; Meyer, Rose & Gordon, 2014).

Destinatários

Professores do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário

Releva

Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário. Para efeitos de aplicação do artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação não releva para efeitos de progressão em carreira.

Objetivos

A ação pretende induzir a inovação pedagógica favorecendo a criação de ambientes positivos no contexto do desenvolvimento da ”aprendizagem modular” fomentando a aquisição de competências e processos colaborativos e de incentivo mútuo. Objetivos específicos: - Capacitar os docentes para aperfeiçoarem a qualidade da ação educativa, indo ao encontro das necessidades de cada um dos alunos, diversificando as formas de apresentação e de exploração dos conteúdos curriculares; - Potenciar a consciencialização dos docentes relativamente à importância da planificação da ação educativa para a criação de ambientes inclusivos; - Dar a conhecer estratégias que permitam operacionalizar os princípios fundamentais do DUA proporcionando múltiplos meios: (i) de representação; (ii) de ação e de expressão e (iii) de envolvimento; - Envolver os participantes na definição de procedimentos de ação e na produção de materiais de intervenção adequados aos seus diferentes contextos de trabalho; - Aplicar, nos contextos pedagógico-didáticos, os materiais e exercícios produzidos; - Refletir sobre as práticas educativas desenvolvidas e os resultados obtidos.

Conteúdos

A componente presencial da ação estrutura-se em 3 momentos: 1.º Momento: A ação será enquadrada por um ciclo de sessões sobre a problemática que subjaz à atual agenda da política educativa que tem evidenciado a perspetiva de ensino que se afirma pela ênfase na integração e conexão entre saberes, métodos e conceitos de diversas disciplinas e que se traduzirão num aprofundado conhecimento dos conceitos-chave da matéria curricular e numa formação pedagógica e didática centrada na aprendizagem de cada aluno. A metodologia a adotar terá em conta as experiências intrínsecas e conhecimentos dos formandos, atendendo a que os mesmos são portadores de um repertório experiencial extremamente valioso que importa convocar e valorizar em contexto de formação. 2.º Momento: Em regime de b learning os formandos serão convidados a potenciar as condições de operacionalização de um ensino centrado na aprendizagem de cada aluno, adequado a cada contexto, nível e tipo de público-alvo, com o objetivo de se identificar atividades que estimulem a pesquisa e o desenvolvimento integrado do conhecimento disciplinar por parte dos alunos. Estudar-se-ão boas práticas, utilizar-se-ão as ferramentas técnicas adequadas, produzir-se-ão materiais de planeamento e gestão curricular nos cursos profissionais, traduzidos em propostas de intervenção concretas. 3.º Momento: Num terceiro momento, concomitante e conclusivo dos anteriores, far-se-á um trabalho de aplicação, experimentação e avaliação dos instrumentos de planeamento e gestão curricular nos cursos profissionais, no contexto do trabalho inter e transdisciplinar inerente à organização modelar destes cursos. Abrir-se-ão espaços de debate e trocas de experiências que são muito importantes para a aprendizagem conjunta, sendo os formandos convidados a partilhar as suas reflexões, perspetivas e propostas de intervenção. Módulo I – Enquadramento legislativo em Educação Inclusiva Módulo II – Aspetos fundamentais do DUA Módulo III – Planificação da ação educativa: Módulo IV - Monitorização e avaliação do planeamento e da intervenção Módulo V - Apresentação de trabalhos e avaliação da ação.

Metodologias

Estas sessões serão momentos de reflexão conjunta, que decorrerá dos conteúdos teóricos, de documentos e de materiais disponibilizados pelo formador, mas também dos relatos de práticas vivenciadas pelos professores nas suas turmas, da análise de situações específicas ou, ainda, do resultado da aplicação de materiais produzidos. Serão utilizadas metodologias ativas que promovam a participação continuada dos formandos, valorizando-se a experiência pedagógica e a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos durante a ação de formação. É com base neste aparato metodológico e nas atividades práticas individuais, sob a orientação do formador, que os diferentes grupos irão realizar os trabalhos que apresentarão em plenário, privilegiando-se sempre a reflexão, o debate e a discussão de ideia

Avaliação

A avaliação dos formandos decorre em conformidade com o Regime Jurídico da Formação Contínua, o nº 2 do Artigo 46º do ECD, aprovado pelo Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro e a Carta Circular CCPFC – 3 – 2007 – Setembro. A avaliação dos formandos terá incidência nos seguintes Critérios/Parâmetros: - Participação/Contributos: Participação nas sessões (dinâmica da participação e qualidade das intervenções) e partilhas sobre o trabalho autónomo desenvolvido. (30%) - Trabalho final (em equipa): - Conceção, desenvolvimento e avaliação de um episódio de aula, tendo como referência as abordagens realizadas na ação (Qualidade dos materiais produzidos). (50%) - Produção de uma reflexão final, individual. (20%) A avaliação final, que terá em conta os referidos parâmetros/critérios de classificação, será traduzida numa classificação expressa na escala de 1 a 10 valores: insuficiente (1 a 4,9 valores), regular (5 a 6,4 valores), bom (6,5 a 7,9 valores), muito bom (8 a 8,9 valores) e excelente (9 a 10 valores).

Bibliografia

CAST. (2011). Universal Design for Learning: guidelines version 2.0. Wakefield, MA: Author. Center for Applied Special Technology [CAST]. Disponível em: http://www.cast.org/udl/index.htmlMeyer, A., Rose, D. H., & Gordon, D. (2014). Universal design for learning: Theory and practice. Wakefield: CAST Professional Publishing• OCDE (s/d). The Future of Education and Skills. Education 2030. Directorate for Education and Skills. OCDE in http://www.oecd.org/edu/school/education-2030.htmGALVÃO, Maria Emília (2016) Garantia da qualidade nas modalidades de dupla certificação: um guião para operadores de educação e formação profissional, ANQEP

Observações

PASTA - Nº 28 - Separador 9

Formador

Maria Manuela da Silva Claro de Andrade Alves

Cronograma